domingo, 6 de junho de 2010

Murmúrios da Tarde


1. ONTEM à tarde, quando o sol morria,
A natureza era um poeta santo,
De Cada moita a escuridão saia,
De cada gruta rebentava um canto,
Ontem à tarde, quando o sol morria.

2. Do céu azul na profundeza escura
Brilhava a estrela, como um fruto louro,
E qual a foice, que no chão fulgura,
Mostrava a lua o semicirc’lo d’ ouro,
Do céu azul na profundeza escura.

3. Larga harmonia embalsamava os ares!
Cantava o ninho – suspirava o lago...
E a verde pluma dos sutis palmares
Tinha das ondas o murmúrio vago...
Larga harmonia embalsamava os ares...

- Rio de Janeiro, 12 de Outubro de 1869

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Três estrofes do poema de Castro Alves, Murmúrios da Tarde. Precisando voltar a fazer coisas que me deixavam melhor, talvez essa seja uma delas.

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*Foto tirada por uma pessoa que eu amo tanto =* Catedral de Fortaleza muito linda com uma iluminação perfeita.

2 comentários:

  1. Carol: Só pq ficou um post muito lindo com um poeta que eu adoroo vc se livrará de um processo!=p Adorei vc ter usado uma foto minha! Vc como sempre fez um ótima associação imagem/texto ^^
    =**

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  2. Muito bom o post... a foto está incrível... castro alves irei procurar nos melhores sebos da cidade esta semana!

    abraço!

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