segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

De Volta Em Crônicas E Movimentos De Peões

Você então se pega a escutar um velho disco, um velho e bom disco que mesmo com seu som antigo, ainda trás consigo todo o charme de uma melodia indiscutivelmente “incomparável” a qualquer outra música.

Entre um gole e outro, um trago no cachimbo de briar, que levemente queima posto em descanso ao lado da vitrola, trazendo consigo, junto ao cheiro forte do turco selvagem e da bebida destilada que ali se põe no vidro arredondado, reflexões sobre as situações mais comuns que se mostram perante a vida de um homem, este no caso o que vos fala.

Em outros tempos minha linha de raciocínio implicaria que nenhuma dessas situações mereceriam tamanha dedicação reflexiva, mas hoje não. Ao menos não depois de tantos percalços e superações alcançadas, problemas insolúveis que hoje facilmente seriam resolvidos, e alegrias inabaláveis que hoje são facilmente dispensáveis pros planos “maduros” que se fazem presentes.

Então vem a dúvida do “por que então se preocupar com isso?!”

Por que essas agora, são as reflexões e problemas da minha época, por que de certa forma, constato eu nesse exato momento, que não temos uma vida apenas, não no sentido de haver uma vida pós morte, ou algo nessa linha, mas sim na situação de que homens, no sentido amplo da palavra, vivem várias vidas no intervalo de apenas uma, entretanto poucos percebem isso, ou não. Mas quem se importa!?

Se pesa em um futuro, se o mesmo seguirá fielmente os planos traçados, ou se fugirá novamente, muitas vezes de forma absurda como já fugiu dos antigos rascunhos, e já não mais se vê na situação de “ser astronauta, médico ou ator de filme de bang-bang”. Mas o que na verdade surge de fato, é a dúvida crucial que move o intelecto mesmo que não intencionalmente, haverá um!? De fato, haverá um futuro!?

Pragmatismo da minha parte talvez, claro que não adianta focar horas da vida em reflexões sobre esse assunto, até porque convenhamos, pensar demais sobre isso impede de percebermos o que, e como agir no agora. Seria muito mais viável, tornar o presente um movimento linear de um peão, que possivelmente será o ponto inicial para um “xeque-mate” jogadas a frente.

Gostei disso, um xeque-mate por mais importante e objetivado que seja, sempre partiu de um movimento inicial e linear de um simples peão.

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